domingo, 30 de julho de 2017

O mapa astral: entre a liberdade e o destino

O mapa astral pode ser lido como uma escrita do destino, nossa predestinação em vida, é como uma bússola celeste que pode nos guiar enquanto seguimos nosso caminho. Não à toa o mapa é dividido em ângulos, seus pontos cardeais são o Ascendente (AC), Fundo do Céu (IC), Descendente (DC) e Meio do Céu (MC), os signos cardinais são análogos a esses ângulos, Áries (AC), Câncer (IC), Libra (DC) e Capricórnio (MC). Nascemos no AC, somos recebidos por um/uma cuidadora/cuidador/família no IC, encontramos nossos parceiros e também nossos inimigos no DC e somos reconhecidos socialmente no MC. A dinâmica entre esses pontos revela nossa ação no mundo, verificar quais aspectos com os planetas nos mostra os desafios e facilidades que temos durante nossa existência.
Em posse de nosso livre arbítrio podemos escolher como percorreremos nosso mapa natal, se vamos ao seu encontro, se negamos ou ignoramos, fato é que o destino se concretiza, pois a morte é certeira. A astróloga Liz Greene no seu livro “A Astrologia do Destino”, trabalha em profundidade esse tema. Ela trás o mito das Moiras para embasar sua tese, entre outros estudos. Carl Gustav Jung também se aproxima do destino ao conceituar a sincronicidade. Para ele os eventos acontecem em sincronia com a necessidade do Self.
Agora vejamos a mitologia das Moiras que são três deusas irmãs, filhas de Nix (Noite), elas atuam nos destinos dando e retirando a vida de homens e deuses, são elas, Cloto a fiandeira que tece o fio da vida, está ligada ao nascimento. Láquesis é quem desenvolve o tear da vida, tecendo seus fios mostra os benefícios e dificuldades que cada um tem que passar em vida e por último, Átropos que é quem corta o fio da vida, levando seu portador à morte. Elas são deusas que também se relacionam com a Lua e com o feminino ancestral, tem aproximação com Ártemis e Hécate, ambas deusas lunares. Nem os deuses mais solares e ativos ou soturnos tem domínio sobre as Moiras. O princípio masculino se curva diante do feminino, ou a vida se curva na morte. Astrologicamente a vida começa em Áries signo masculino e acaba em Peixes signo feminino, outro signo relacionado a exuberância de viver é Leão que é masculino e outro relacionado ao fim dos ciclos e com a morte é Escorpião, signo feminino.
Mesmo antes do nascimento já estamos recebendo influências astrais. Na Astrologia a Lua também atua na gestação, o bebê em formação recebe de sua mãe a nutrição (Lua) necessária para o nascimento, essa nutrição ou falta dela, regerá o emocional dessa pessoa por toda a vida, tendo ela consciência ou não. Isso fica mais explícito ao analisarmos o Fundo do Céu, pois ali contém a noção de pertencimento, de raízes, da ancestralidade, é o lar que nos recebe em vida, e sendo assim, mostra como tendemos a formar nossas relações familiares.
O mapa astral é como uma performance pessoal, cada entidade humana fará uso único do seu mapa. Toda mandala astrológica contém os doze signos, os ângulos, casas e planetas, mas suas dinâmicas variam de pessoa para pessoa, mesmo em irmãos gêmeos, a força de destino é diferente, pois para além do mapa natal, há a consciência e o livre arbítrio que possibilitam as mais diferentes expressões de vidas. A semiótica pode ser usada para entendermos melhor esses aspectos, uma vez que o signo enquanto significado e símbolo são diferentes em relação ao que pertencem e nesse caso ao mapa astral. A pessoa “dona” do mapa tem diante de si uma linguagem simbólica, produzida culturalmente, pois a Astrologia é um produto humano, e difere no seu processo histórico. Sua simbologia atua desde o consciente ao inconsciente, pois é atravessada por mitos primais da existência humana na Terra, no entanto cada um de nós é livre para atuar dentro dos parâmetros de um mapa astral, isso quer dizer que podemos ir ao seu encontro, ou ao encontro de nosso destino.
Ao nos encontrarmos com nosso mapa ou destino, produzimos significados para nossa estadia na Terra, isso nos dá responsabilidade ao assumirmos ou negarmos quem somos. O mapa astral assim como o destino só é fatídico no que se refere a nascer e morrer, o caminho entre esses dois pontos é onde vivenciamos a liberdade, e é aqui que construímos nossa história pessoal. Astrologicamente falando os aspectos planetários nos indicam um caminho que pode ou não ser percorrido. Podemos usar nosso mapa para nos autojustificarmos diante de nossas responsabilidades ou também para nos autodesenvolvermos com responsabilidade diante do que nos é mostrado pelos astros, como sempre a escolha é pessoal. E você já fez a sua escolha? 


sexta-feira, 14 de julho de 2017

Minguando...

Quando a Lua míngua, as emoções afundam no coração, a alma sente a vida no escuro e vazio de si mesma. Lua em Peixes, onde começa eu e terminam vocês?


quarta-feira, 5 de julho de 2017

O feminino ancestral e a Lua astrológica

Nascemos e em algum momento morreremos, existimos em uma vida cíclica que no percurso entre nascer e morrer, é carregada de emoções, impulsionada por necessidades e temperada por humores, astrologicamente representada pela Lua.
Desde que o homem e a mulher habitam a Terra, a Lua tem sido seu referencial, eles contavam o tempo através das fases lunares. A agricultura tem seu desenvolvimento baseado na rotação lunar. Deméter deusa grega relacionada com a Lua é da natureza, criou as estações do ano, e é geradora da abundância e fertilidade por toda a Terra.  A Lua e suas fases podem ser uma metáfora para a vida e seus ciclos, desde o nascimento à morte. Lua nova, nascimento, Lua crescente, tempo de desenvolvimento, de florescer, Lua cheia é a plenitude do que nasceu na Lua nova e se desenvolveu na Lua crescente, e que após esse ciclo cairá em decadência no céu de uma Lua minguante, até morrer e nascer em uma nova Lua.
Em algumas culturas matriarcais, o ciclo menstrual da mulher estava sintonizado com as Luas. Na Lua nova a mulher menstruava e seu sangue voltava a terra para fertiliza-la. Na Lua crescente os óvulos começavam a se desenvolver e na Lua cheia estavam prontos para receber os espermatozoides e dar início a uma nova vida. Não havendo a fecundação iniciava-se o processo minguante até a expulsão dos óvulos que de agora em diante buscariam outro caminho, pelo sangue menstrual de mais uma Lua nova.
A Lua astrológica é atemporal, pois trás consigo uma herança emocional que vem desde o útero da mãe ou de antes, de outras vidas. O útero de uma mãe carrega em si as emoções primitivas do útero da avó, da bisavó, da tataravó e de toda ancestralidade feminina de uma mesma árvore genealógica direta.  Ela é um complexo fator energético que afeta nossas escolhas mais íntimas, pois atua no reino das emoções. Aqui as necessidades devem ser atendidas, por mais desconfortável emocionalmente que possamos nos sentir.
 A variação de humores é um sintoma lunar. Ser de Lua! Lunático! Viver no mundo da Lua! A Lua emana no astral, pode causar ilusões e no mapa pessoal devemos ver as configurações que a Lua faz com Sol e Ascendente e outros planetas, qual casa ocupa e em qual signo está, para ter um maior conhecimento de nosso mundo interior.
A Lua mitológica está associada à Grande Deusa, a Gaia, a Nyx, as Moiras, a Hécate, a Deméter, a Ísis, a Isthar essas são Deusas da Terra, da noite, tecedoras dos destinos. Possuem uma sexualidade ligada a terra, a fertilidade, instintivo interesse sexual, que busca a perpetuação da espécie, os encantos românticos e sedutores são refinamentos da sexualidade e que astrologicamente estão sob os domínios de Vênus.
A Lua é a morada da memória, produtora das lembranças, é como nos enxergamos em relação ao nosso Sol, é a capacidade de nos auto-observar. Muitas vezes a Lua pode produzir manias, hábitos, costumes o que em escala social produz as culturas e tradições. A Lua reflete a luz solar, simbolicamente, ela está aberta para o Sol, doa-se. O Sol é o nosso “Eu”, e através da Lua podemos sentir quem somos, podemos nos entender, nos aceitar. O astrólogo Martin Schulman nos diz que “para que o homem seja ele mesmo através do seu Sol, ele precisa ser capaz de ver a si mesmo através de sua Lua. Mas não deve confundir ver com ser”. Acontece que muitas vezes utilizamos o foco lunar como se a Lua fosse nosso “Eu”, ao invés da reflexão partimos irrefletidamente à reação. Tornamos-nos reativos, melindrosos, excessivamente emocionais quando a nossa Lua pessoal está desequilibrada. A segurança e inteligência emocional proporcionam bem estar e saúde, com a Lua integrada na psique humana podemos ter mais prazer em viver. E o prazer lunar é duradouro, pois vem das entranhas desde o útero de nossas mães, desde o ato sexual ligado à manutenção da espécie, assim carregamos junto a nós toda a força anímica que gera vida.
A Lua é a nutrição, o cuidado, o alento e para estarmos bem precisamos nos cuidar, a mãe é apenas um símbolo lunar, e no íntimo de nós mesmas devemos ser capazes de despertar a imagem interna de nossa Mãe Lua, e deixarmos de buscar no externo nossa proteção necessária para viver. Podemos nos perguntar, o que estamos fazendo com nossa Lua? Estou cuidando de mim? Eu reajo ou reflito aos acontecimentos que me chegam? Sou carinhosa comigo mesma? Consigo sentir afeto por quem eu sou? Essas são questões de Lua e qual a necessidade de sua Lua?

Lua em Áries necessita de ação!
Lua em Touro necessita de proteção!
Lua em Gêmeos necessita de comunicação!                                                                           
Lua em Câncer necessita de afeto!
Lua em Leão necessita de atenção!
Lua em Virgem necessita de organização!
Lua em Libra necessita de refinamento!
Lua em Escorpião necessita de intimidade!
Lua em Sagitário necessita de desafios!
Lua em Capricórnio necessita de segurança!
Lua em Aquário necessita de inovação!
Lua em Peixes necessita de desapego!