segunda-feira, 26 de junho de 2017

Signos: temperamento dos ciclos humanos

A composição astral do mapa pessoal que nos permite ter uma performance própria para nossos mitos pessoais é a simbologia arquetípica das energias planetárias, das constelações que originaram os signos e suas qualidades relacionadas com os elementos da natureza.
O fogo, a terra, a água e o ar são as forças da natureza presentes nos signos e em nós, esses elementos dão as diretrizes de todo o funcionamento da nossa existência. Aprendemos com os estudos astrológicos que o fogo é quente e seco, está relacionado com a bílis amarela do nosso corpo e é de temperamento colérico. Áries, Leão e Sagitário são os signos da tríade de fogo. Já a terra é fria e seca, no corpo está relacionada com a bílis negra, possui temperamento melancólico. Os signos de terra são Touro, Virgem e Capricórnio. A água é úmida e fria, a fleuma está relacionada com a água e seu temperamento é fleumático. Câncer, Escorpião e Peixes são signos de água. O elemento ar é quente e úmido, de temperamento sanguíneo, o sangue é a sua representação corporal. Na tríade do ar encontramos os signos de Gêmeos, Libra e Aquário.
O zodíaco inicia  com o signo de Áries de fogo e sua ação é cardinal, tem a força dos inícios. Na sequência é seguida por Touro de terra com sua ação fixa, a força da duração no tempo. Em seguida surge Gêmeos de ar com a ação mutável, a força da transformação, do caos em movimento para logo em seguida dar início em outra manifestação dos inícios em Câncer de água, signo cardinal, e assim por toda roda zodiacal.
Os signos que também são espaços energéticos de 30º dentro da esfera celeste que ao todo é de 360º, se agrupam em ângulos retos formando tríades que correspondem ao desenvolvimento humano, vejamos: Áries de fogo cardinal, Touro de terra fixo e Gêmeos do ar mutável simbolizam a primeira infância. No início é o  nascimento do bebê (Áries/fogo/cardinal), o parto, os instintos, o choro desesperado pela vida, pelo leite materno. No inconsciente coletivo vem à ideia preconceituosa de que os arianos são egoístas, e muitos ainda acreditam que não se deve atender ao choro do neném (?). Sim, Arianos são como os bebês recém-nascidos que precisam do que querem no ato, é questão de sobrevivência e o desespero nada mais é se não pelo leite materno, a questão é ter maturidade para não cair nas armadilhas do ego e achar que tudo que lhe é negado ou demorado seja realmente o seu leite materno, ou seja, aquilo de que realmente necessita. Claro que a aprendizagem de Áries passa pelo caminho da paciência, afinal, culturalmente é sabido que o bebê teve que esperar chorando pelo seu alimento. Em Touro o bebê já é maior tem meses ou um aninho de vida e já sabe muito bem o que precisa pra se manter vivo (Touro/terra/fixo). Nessa fase o bebê de Touro só vai abrir o berreiro se sentir que suas necessidades não serão atendidas, assim como o bebê que espera pela sua mãe, mas quando percebe que ela não vem para alimentá-lo ou acalentá-lo, chora ferozmente. O signo de Touro tem estabilidade emocional, produzida pela paciência de quem sabe esperar, pois na hora certa tem o carinho e o leite de sua mãe. Taurinos são estáveis, confiáveis e afetuosos e quando negativados tem tendência à lentidão que pode se transformar em preguiça. Chegando à fase de Gêmeos encontramos uma criança curiosa, entre seus 3 a 7 anos, que quer descobrir o mundo a sua volta, aqui começa a interação consciente com vizinhos, irmãos e tudo o que cerca a criança (Gêmeos/ar/mutável). O arquétipo de Gêmeos traz a característica da curiosidade e da alegria da criança. Geminianos tendem a serem versáteis, rápidos e criativos, quando em desequilíbrio podem ser dispersos, e gastar muita energia sem o devido aproveitamento.
A tríade seguinte é composta por Câncer de água, Leão de fogo e Virgem de terra, aqui o ser humano chega à adolescência e ao início da idade adulta. Em Câncer emerge o adolescente, entre 12 a 17 anos, com todos seus dramas emocionais (Câncer/água/cardinal) – perceba que é a primeira vez que aparece o elemento água, após a infância as emoções são muitas vezes vividas em tons dramáticos, reparem que crianças quase não fazem dramas – cancerianos tendem a serem emocionais, românticos, podem ter tendências à chantagem emocional quando estão sob o domínio do ego. Em Leão temos o jovem adulto, de 18 a 25 anos, todo orgulhoso de si, no auge da juventude (Leão/fogo/fixo) e da potência física. O arquétipo de Leão leva junto de si a impetuosidade, a coragem e a generosidade, também a arrogância e o orgulho excessivo, ambas as características podem ser vividas por seus nativos. Chegando a Virgem o adulto de 28, 35 anos encontra-se com suas responsabilidades que devem ser atendidas sem questionamentos, o que tem que ser feito tem que ser feito e ponto. Virginianos podem ser eficientes e práticos (Virgem/terra/mutável), na via negativa podem exagerar na crítica.
A próxima etapa do desenvolvimento humano arquetípico na linguagem dos signos vai ao encontro de Libra de ar, Escorpião de água e Sagitário de fogo, nessa fase a consciência sai de si mesmo para entrar no jogo social. Em Libra as relações sociais (Libra/ar/cardinal) ganham destaque, importância e manutenção de equilíbrio da relação do eu individual e de nós das relações que mantemos. Aqui nos encontramos com nossos companheiros, esposas, amantes, sócios e outros parceiros íntimos. Librianos são relacionados ao equilíbrio e harmonia, e quando não estão bem podem ser inconstantes. Aqui podemos falar da idade de 40 a 52 anos, o início da maturidade. Escorpião é o encontro com a intimidade do casal, com os segredos dos sócios ou da família, trás à tona o que está oculto e na luz da consciência faz transformações profundas (Escorpião/água/fixo) análogas com a morte. Escorpianos são intensos e quando dominados pelo ego podem ser cruéis. Essa etapa pode ser entre 55 aos 62 anos. Quando estamos em Sagitário é o tempo da expansão (Sagitário/fogo/mutável), da conexão com a mente superior ou com a espiritualidade ou ainda com uma intelectualidade mais profunda, que estuda e investiga. Sagitarianos são sábios, mas podem passar dos limites do bom senso, pois sabem que sabem, e aí já viu!
 Para concluir a etapa humana temos Capricórnio de terra, Aquário de ar e Peixes de água, aqui o ser humano colhe o que plantou, por assim dizer até o momento da morte, que inclusive é a planta da vida! Em Capricórnio o homem chega no ápice da sua responsabilidade social (Capricórnio/terra/cardinal), pois há essa altura da vida entre os seus 68 a 75 anos, só terá o respaldo social que merece caso tenha trabalhado com afinco e determinação, sem esmorecer. Cumprindo seu papel social. Capricornianos podem ser determinados, ambiciosos, realistas e ao serem subjulgados pelo ego são gananciosos e frios. Aquário nos trás a renovação dos propósitos humanos, colocando sua experiência de vida para o melhoramento das futuras gerações. Aquário é o futuro (Aquário/ar/fixo) que um dia vai chegar e o quanto mais preparados estivermos melhor, é a fase entre os 78 a 82 anos, e caso não façamos o melhor, essa fase pode ser bem difícil devido a toda debilidade da ação do tempo. A simbologia de Aquário é a inovação, a saúde holística, as energias mentais e na via negativa a impessoalidade que fere. Ao chegarmos a Peixes estamos nos encontrando no final da vida terrestre, atravessamos os portais da morte e aguardamos no além até retornamos à matéria em Áries. Aqui estamos na idade de 85 anos em diante. Não à toa piscianos são imaginativos, sonhadores e escapistas.

Os elementos da natureza, os astros, signos e toda sabedoria celeste, astral e universal, estão metaforicamente ilustrados na nossa vida, a roda zodiacal é a metáfora para a própria vida. Que o conhecimento astrológico nos proporcione uma vida com mais integração e fluidez de energias, pois isso é sinônimo de saúde. Por uma vida plena e saudável! 





segunda-feira, 19 de junho de 2017

Sol em Gêmeos e suas Vênus

A Astrologia é uma linguagem milenar, e através dela podemos ler os símbolos celestes que se apresentam no mapa astral. Mitos arquetípicos dão vida aos planetas e aos signos e estes imprimem suas características em nós. O mês solar geminiano está chegando ao fim e me veio uma reflexão, como geminiana que soul! Como seres tão racionais, mentais e inteligentes vivenciam a sua vida amorosa? Para isso vamos analisar o posicionamento do Sol em relação à Vênus. As opções para um Sol geminiano são de Vênus em Áries, Touro, Gêmeos, Câncer e Leão.  As energias dos arquétipos que envolvem esses signos influenciam o Sol em Gêmeos e sua relação com amor, valores e desejos, o ar elemento natural de Gêmeos é contrabalanceado pelas águas de Câncer, pela terra de Touro, pelo fogo de Áries e Leão e pelo próprio ar geminiano. A ênfase em fogo talvez queira nos falar da necessidade de aflorar as emoções mais ardentes, como a paixão, que para um ser do ar pode parecer um tanto instintivo demais para sua frieza intelectual. Por exemplo, em um Sol em Escorpião as possibilidades de Vênus são Virgem (terra), Libra (ar), Escorpião (água), Sagitário (fogo) e Capricórnio (terra), temos então a terra em maior destaque, será que escorpianos devem viver o amor com maior praticidade e foco na realidade material? Sinto que sim, pois a intensidade escorpiana pode levar por sendas que beiram a paranoia, mas isso é assunto para outro momento.
Voltemos a Gêmeos e suas Vênus. Além dos signos e seus elementos temos em sua influência os planetas que os regem, Marte (Áries), Mercúrio (Gêmeos), Vênus (Touro), Lua (Câncer), Sol (Leão) essas energias planetárias nos falam do calor e paixões solares, vai até a agressividade e impulsos marcianos, a curiosidade e razão lógica de Mercúrio, encontra a sensualidade e o erotismo de Vênus e emociona-se e sensibiliza-se com os humores lunares. O arquétipo de Gêmeos carrega em si essas simbologias seculares, essas características muitas vezes se encontram escondias na sombra solar, pois a razão geminiana por momentos não aceita suas idealizações e desejos de amores e valores à luz de sua consciência.
A relação entre o eu solar e os quereres venusianos não raro precisam de um sacrifício para ajustar as energias de vida, porque muitas vezes temos conflitos internos que entram em contradição com nossos desejos pessoais e nossos valores, o que somos está em sintonia com o que desejamos? O eu solar pode se ressentir se não desfrutarmos da nossa Vênus em plenitude, e a Vênus pessoal não irradia seu poder de satisfação ao ter o Sol submetido ao ego sem atentar aos desejos e prazeres. Há uma busca pela justa medida entre o Ser e o Ter. Ser pleno de si para Ter as necessidades de amor e de valoração pessoais atendidas.
Os mitos solares nos falam do herói que é destemido e que vai a busca de sua verdade, seja na caça a algum tesouro, na busca da salvação, no enfrentamento dos desafios que envolvem monstros, e fortes inimigos que nos ensinam à superação ao eu inferior em sua jornada. Já a mitologia venusiana esta repleta de dramas amorosos, de ardis sutis, de sedução, encantamento, magia, nos mostra a beleza de existir e como resistir aos seus encantos? E pra quê resistir?
Quem sacrificará algo por sua satisfação profunda e íntima? O sacrifício para Joseph Campbell era um símbolo do próprio Deus, porque nos primórdios os sacrifícios eram oferecidos ao Deus Fogo! Quando uma pessoa devotada lançava seu elemento de sacrifício ao fogo a união dos elementos era realizada através da combustão, a chama calorosa consome o elemento sacrifical em si mesma. O fogo, o Sol e o próprio Deus, são ofertadores e promotores da vida, de seus ciclos e do fim aparente da matéria. Muitas vezes essa parte vital em nós entra no processo do sacrifício, e os quereres venusianos tem oportunidade de manifestar novos valores, decorrentes de antigos apegos, aos quais no altar solar serão sacrificados em benefício de novas oportunidades de experiências mais adequadas ao tempo presente e de manifestação solar integrada, um Sol integrado é o próprio Deus/Deusa manifestado em si. Nessa integração a negatividade de Vênus/Sol que podemos entender como ciúmes, satisfação desregrada de prazeres egóicos, busca desenfreada pela satisfação material relacionada com as posses e o dinheiro, a gula, a preguiça, a avareza e etc, podem ser transcendidas desde que nos coloquemos em sintonia com nosso coração e centro de satisfação interior, se não causar danos nem a nós e nem aos outros, nossos prazeres podem e devem ser atendidos, a satisfação é uma sensação alcançada nesse caso, e quem não quer estar satisfeito com quem se é e o que se quer? Campbell diz “o sacrifício é o segredo do universo”.
Vejamos agora como um Sol em Gêmeos se expressa nas questões de Vênus por signo:
Sol em Gêmeos com Vênus em Áries: O ser pensante que ama e quer de forma intensa e arrebatadora. Vai com tudo para cima do que quer, sacrificando o bom senso.
Sol em Gêmeos e Vênus em Touro: O ser racional que ama de forma sensual, tem ciúmes e sentimento de posse. Sacrifica a liberdade pessoal em prol do amor carnal.
Sol em Gêmeos e Vênus em Gêmeos: O ser criativo que ama de forma idealizada, racionalizada e mental. Sacrifica a mente lógico/racional por uma mente criativa/livre.
Sol em Gêmeos e Vênus em Câncer: O ser inteligente que ama de forma devotada, acolhedora e emocional. Sacrifica a frieza impessoal pelo calor do afeto.
Sol em Gêmeos e Vênus em Leão: O ser comunicativo que é apaixonado pelo amor e vivencia dramas amorosos. Sacrifica a superficialidade emocional pelo aprofundamento da entrega apaixonada.
Aparentemente Gêmeos é frio e insensível, mas em suas profundezas o que não falta é intensidade amorosa e entrega afetiva, o sacrifício é por amor. E vale salientar que aqui o sacrifício não tem nada a ver com a imagem distorcida de sofrimento e negação de si, muito pelo contrário é o deixar ir o que não serve mais, entregando ao fogo pessoal as coisas que precisam ser transformadas para construir novos espaços para novas experiências e desejos. Apegados aos velhos desejos e a forma antiga de nos colocarmos na vida, dificulta sermos plenos e felizes. O Sol é brilho vital do fogo sacrifical e Vênus é luz amorosa para acalentar nossa breve existência terrestre. O que somos e o que amamos? Você pode identificar?





segunda-feira, 12 de junho de 2017

O presente e o ascendente

O ascendente é a porta de entrada de nosso mapa, ao passarmos por ele damos início à nossa vida. O manifestamos em nosso corpo através de nossa aparência física e traços de caráter, são as cores que colorem nosso ego, e que resulta em nossa personalidade, é um filtro entre todo o mapa astral e nossa expressão pessoal. O ascendente é a cúspide da primeira casa, da mandala astrológica, o início, ponto de partida e que trará suas vibrações para todo restante do mapa. A personalidade, através do ascendente vivencia o potencial do mapa, a relação entre os aspectos planetários e dos nodos lunares na interação com o exterior a si, expressando-se, selecionando, filtrando, ancorando a alma no corpo ao ficarmos envolvidos com o presente, evitando perder o propósito da vida. O ascendente segundo o astrólogo Martin Schulmann “é a expressão da realidade de cada pessoa”.
As manifestações do ascendente são executadas pela personalidade desde o nascimento, pois ele funciona como um veículo a transmitir ao mundo as potencialidades ou não de nosso mapa pessoal. É a consciência viva astral do ascendente que filtra o que entra e sai de nossas vidas, por essa porta podemos vivenciar nosso mapa sem tanto apego aos mitos pessoais, com sua luz as sombras tendem a se dissipar com mais tranquilidade. O ascendente vai abrindo os caminhos para a manifestação do Sol. Constrói uma trajetória que na melhor forma permite ao Sol ser Sol. Estar sintonizado com o ascendente é estar sintonizado com o presente, com a respiração, é trocar com o entorno, dar e receber sem se perder nas encostas de uma Lua emocionada ou de uma Vênus enciumada. É parar antes do ataque marciano por pura cólera para despejar raiva.
O senso de identidade é reforçado pelo ascendente, é nosso jeito pessoal de encararmos e irmos de encontro ao externo, aos encontros e desafios do dia a dia. Ao nos colocarmos aqui na Terra somos também um presente, em tempo real e em talentos, e o ascendente é esse presente, assim ao manifestarmos plenamente um ascendente, tendemos a expressar harmoniosamente nossos aspectos mais difíceis do mapa como os mais fáceis, o que acontece é que viver a partir do ascendente nos permite ter perspectivas mais amplas, maior alcance real do que nos ocorre na vida, das nossas chances e desafios e como um presente nos dá oportunidade de expressão de nossos dons de forma única.
Você já se perguntou  se tem um propósito de vida? Ao observarmos o nosso ascendente e suas relações no mapa astral, temos como identificar o propósito e aprender a melhor expressá-lo, pois o ascendente é nossa meta interior de vida, anseio de alma expressado em um corpo, explicado de  forma simples, por já estarmos vivos em um corpo, nosso propósito já esta sendo manifestado, que é a nossa vida terrestre. O ascendente também é o nosso caminho para esta vida, é a meta e o caminho, é até aonde queremos ir e como poderemos chegar, para isso expressamos as qualidades do signo ascendente.
No caminho do ascendente nos tornamos mais conscientes, autênticos e livres para nos colocarmos junto ao mundo e com ele interagir, aprender, trocar, ensinar, evoluir, e cada signo colocado neste ponto apresenta suas qualidades, obervemos algumas:
Ascendente em Áries vai ao mundo com energia e determinação, sem querer perder tempo com detalhes ou com os outros. Tem ímpeto.
Ascendente em Touro emprega paciência, ponderação em sua rota, faz as escolhas pessoais em vista da segurança e de seu conforto. Tem confiabilidade.
Ascendente em Gêmeos estabelece ligações em rede de pessoas e grupos, comunica, aprende, troca, está em movimento. Tem dinamismo
Ascendente em Câncer nutre relações afetuosas, que tece com cuidado e atenção. Tem empatia.
Ascendente em Leão se posiciona no entorno com dignidade, age com generosidade. Tem dignidade.
Ascendente em Virgem manifesta-se de modo disciplinado, organizado, no caos é a ordem. Tem diligencia.
Ascendente em Libra preserva a harmonia, tem charme para se posicionar e estabelecer relações sociais agradáveis. Tem refinamento.
Ascendente em Escorpião possui temperamento extremista nas trocas sentimentais relacionais, intensidade ou frieza nos afetos. Tem resiliência.
Ascendente em Sagitário vai com entusiasmo ao encontro exterior, relaciona sua verdade com seu meio. Tem coragem.
Ascendente em Capricórnio estrutura as relações com seriedade, cumprindo seu papel dentro do meio. Tem responsabilidade.
Ascendente em Aquário perpassa a igualdade das relações originais, da inovação de seus feitos e afetos. Tem originalidade.
Ascendente em Peixes vivencia encontros emocionais de profundidade com seu entorno, entoa experiências e sensações inspiradas. Tem compaixão.
O ascendente se eleva no céu no momento do nascimento e muda de signo de duas em duas horas e assim todos os signos imprimem suas qualidades no céu no espaço do dia solar, nós como receptores dessas energias podemos como agradecimento ao presente manifestá-las com a autenticidade, talento e verdade interior que não se submete à massificação dos nossos tempos. Ser o presente estando presente.

Imagem: Autor desconhecido


domingo, 4 de junho de 2017

Saturno tem seu preço!

A noção de eu individualizado é uma demanda existencial que emerge no Renascimento entre os séculos XIV e XVII, e que vai ganhando maior expressividade nos séculos seguintes, com o Iluminismo (séc. XVIII – XIX) e chegando aos nossos dias (séc. XX – XXI) com grande impacto social. As necessidades dos governos e toda organização estatal e privada se alimentam das individualidades que no conjunto formam as massas. O nascimento, a aprendizagem, a segurança pública, o sistema de saúde, transporte, alimentação, e etc, são ocupações de grandes corporações, ora públicas, ora privadas.  O sociólogo Norbert Elias pontua a antítese entre a individualidade e o social, falando do abismo que separa um do outro, apesar de serem os mesmos elementos, ambos são pessoas, singular e plural, mas a diferença é a ordem dos agrupamentos e os interesses,  ele lembra dos conceitos da Gestalt que diz que as partes que compõe um todo não podem ser isoladas e analisadas à parte, pois isso incorre numa fissura, desvios, sendo que as partes só interessam em relação ao todo. Essas colocações dialogam com o Holismo, e o Tao, que buscam a integração, união.
Em Astrologia o mapa natal conta um enredo individual, com cores dramáticas, versos humorados, tendências perigosas, caminhos de sucessos, rotas de amor, entre tantos outros cruzamentos e pontes. E se configura um equívoco analisá-lo por partes sem levar em consideração o todo, para uma melhor compreensão não basta saber se minha Vênus é retrógrada, ou se meu Sol em Áries em trígono com Marte em Leão me alavancará ou me arrastará pelos caminhos que mostram o mapa. Ao estarmos familiarizados com as configurações astrológicas, perceberemos que o que parece uma “queda”, um “maléfico”, “detrimento” ou qualquer outra propriedade que requeira maior atenção, que carrega tensão em suas energias nos empurram para uma vida mais dinâmica que muitas vezes obriga o ser individual a desvendar em meio à crises de identidade à sua rota de vida. E ter um mapa com configurações “benéficas”, “domiciliados”, “exaltações” não é garantia de nada, pelo contrário, às vezes a sensação de bem aventurança que um mapa positivado carrega pode deixar a personalidade humana preguiçosa, desdenhosa, porque as facilidades acomodam e as crises movimentam. O certo é que apesar de todo o destino escrito nas estrelas, os caminhos dos homens e mulheres é que contam suas histórias, alguns mais tranquilos, outros em turbulência.
A estrutura da individualidade é representada por Saturno, senhor dos tempos, porta voz do carma, que toma conta de cada falha para na hora certa trazer a conta e exige o acerto. Por volta dos 28 anos de idade o planeta Saturno faz uma volta completa ao redor do Sol natal de cada pessoa, e nessa ocasião conhecida popularmente por “crise dos trinta” é que nos vem há primeira conta de Saturno. Afinal já passou boa parte da vida e não vamos ser eternamente jovens com um futuro inteiro pela frente. Nessa fase as desculpas, defesas, vícios, faltas e qualquer outra artimanha de resistência que o ego tenha construído para si serão postas em xeque e provavelmente deverão ser superadas e feitas as modificações necessárias para uma vida adulta integrada. Vamos analisar uma suposta situação, a pessoa por volta de seus 21 anos resolve que vai se profissionalizar na mesma linha que um de seus pais, daí lá no Retorno de Saturno, se apercebe insatisfeita e identifica na profissão uma escolha da qual se arrepende, então é hora de mudar e começar do zero ou continuar ou quem sabe ainda mudar parcialmente, fazendo ajustes. Ambas as escolhas acarretam perdas de um lado e ganhos em outro. Ser adulto é ter responsabilidades pelas escolhas e se não tiver é arcar com a frustração de um Saturno nada satisfeito. As aflições de Saturno são sentidas nos ossos, nas articulações doloridas e atravancadas pela falta de coragem, pelo peso emocional de relações mantidas pela conveniência social, mas em nada desejadas por nossa Vênus ou Lua, é também a ambição avassaladora que não mede esforços para chegar onde quer, deixando nosso Marte raivoso. A estrutura saturnina reflete em todos os pontos.
Uma vez identificada nossas escolhas que não nos servem mais, logo ocorrerá as mudanças que devemos empreender. Saturno é a estrutura, o Sol é a força motriz, a Lua é o conteúdo da alma, Mercúrio é a mente racional, Vênus é o nosso sistema de valores, Marte é a nossa força de arranque, Júpiter é capacidade de expansão do espírito, Urano é a mente inventiva, Netuno é nossa oração e Plutão é o poder que transforma destruindo e construindo ininterruptamente. Após o primeiro Retorno de Saturno, nossa vida não será mais a mesma, muito dependerá do que faremos para manter, restaurar ou trocar nossas estruturas. Saturno vem para nos avisar que somos responsáveis por nossa existência e o que ele nos revela em meio à crise de seu retorno é a chave para a maturidade.
Semelhante ao que acontece entre o indivíduo e a sociedade, quando na fragmentação, a individualidade se aliena do social e o social ao ignorar as necessidades íntimas, cria o que Norbert Elias caracterizou como abismos, ocorre algo semelhante na Astrologia quando em uma oportunidade como a do Retorno de Saturno a personalidade preferir deixar na sombra da psique o que a crise evoca, e não se esforçar para fazer o trabalho de reestruturação, deixando ocorrer outro abismo, mas na consciência,  essa escolha é mais infeliz, apesar da falsa sensação de segurança que representa quando o ego se agarra ao velho e não quer trazer espaço para o novo, Saturno é segurança, e a falsa segurança de uma estrutura que não se suporta é a ruína, e para não chegar até ela o que Saturno nos ensina e exige como prova do aprendizado? Temos uma vida inteira para descobrir e agir, e de tempos em tempos Saturno vem cobrar seu preço por nós existirmos aqui na Terra. Um preço justo a pagar é com a responsabilidade e Saturno ama responsabilidade, e não será nada mal ter o amor de Saturno em nosso destino. 

Imagem: Eugenia Loli

quinta-feira, 1 de junho de 2017

O que sua Vênus quer de você?

A Vênus astrológica simboliza nossos valores, o que mais prezamos e desejamos, é a força de atração dos amores e seduções, são as realizações que satisfazem prazerosamente, é também o estado contemplativo ao desfrutarmos junto à natureza, é o encantamento de tudo que é belo, o requinte, o luxo, o erotismo. É como bem define a astróloga Teca Dias, “Vênus é o símbolo da nossa capacidade de formar e identificar aquilo que valorizamos, portanto é a base da autenticidade em nossas escolhas pessoais”.
As lendas que remetem à Afrodite realçam o seu perfil de amante dos deuses, de apreciadora e senhora dos prazeres, da astúcia, da beleza que seduz e que levam homens à ruína e Impérios à Guerra. Temos no exemplo de Helena de Tróia, que era abençoada com a beleza e encantos de Afrodite, e isso atraiu ao seu destino a guerra e a destruição.
Os atrativos de Vênus/Afrodite, nos remetem a glória ou a ruína, pois mexem intimamente no que nos é caro, no que é necessário para nossa satisfação pessoal. Acontece que na atualidade há uma exagerada busca pelo prazer, e uma devoção narcisística de si mesmo. São sonhos, ou melhor, ilusões vendidas nas capas de revista, nos outdoors, nos comerciais de TV, no cinema, nas novelas... Se Vênus é a capacidade de escolhermos por nós mesmos o que nos satisfaz, por que a indústria midiática investe em produção de falsos padrões de satisfação em massa? Desde o corpo desejado, a roupa que o cobrirá, aos interesses eróticos, aos divertimentos, toda essa parte é comercializada na sociedade capitalística. O hedonismo é produto. Assim, Vênus contemporânea se ressente, e nos nossos tempos a expressão de sua energia  está objetificada com os padrões de moda. Poucas são as pessoas que dão vazão a sua Vênus pessoal sem antes obedecer ao status quo.Vejamos, a indústria de larga escala é mantida pelas necessidades da massa, que a própria indústria cria e transmite, como um vírus através das mídias, então ter aquele carro, aquele cabelo, aquela barba vai trazer alguma satisfação relacionada com os nossos valores, só que como esses valores vem do externo, a sensação das necessidades atendidas dura pouco, e tão logo temos que adquirir outro carro, outro cabelo e outra barba. Essas insatisfações podem levar à depressão e a falsa sensação de desvalorização humana, pois nada satisfaz com integridade duradoura.
Vivemos um tempo de supressão cultural de Vênus, nos empurram goela abaixo estereótipos de amantes que melhor combinam conosco, a expressão da posse e do ciúme faz parte dos enredos novelescos de romance, o acirramento de uma suposta rivalidade feminina na qual se nutre inveja. Inventaram uma imagem de mulher/Vênus, frágil, do lar, doce e que se dá ao respeito! E o sex appel inerente à Vênus foi colocado como produto e poucas são as pessoas que conseguem pagar o preço para tê-lo.
Na antiguidade grega as particularidades venusianas eram vividas de forma despretensiosa, o sexo era praticado enquanto uma arte, a ars erotica, que mais tarde Michel Foucault ira estudar no seu livro “A História da Sexualidade I”, nesse contexto as experiências eróticas, envolviam jogos, brincadeiras, religiosidades, eram momentos de aprendizado diante da experiência empírica do momento sexual, era normal transar e não ter neura depois, não existiam  desvios e doenças, era outra mentalidade, e com o advento da modernidade, o sexo ganhou ares de moralidade, de certo e errado, mas antes, com o cristianismo já havia alcançado o status de pecado, sendo a grande arma do mal, geralmente encarnado num corpo de mulher. Aqui Vênus deixa de exercer a arte erótica e é condenada pelo pecado de Eva. Há uma tentativa cultural de segmentar a psique feminina, sendo aceitáveis as características da Lua – emoção, devoção, sentimentalismo, cuidado, nutrição, afeto em detrimento das qualidades de Vênus – sensualismo, criação, alegria, prazer, orgasmos, gozos. Nos lares mulheres de Lua, nas ruas mulheres de Vênus. Para realizar os desejos de Vênus, compre, o capitalismo tira a autonomia venusiana, pois vive de venda de ilusões e de falso bem-estar. Algo que era pra ser gerado de dentro para fora, esperamos que o Estado ou o mercado nos conceda, junto ao nosso bem-estar. Os senhores do poder e as senhoras das riquezas entenderam bem como dominar os homens e mulheres, foram e mexeram em suas vaidades e quereres, colocaram preço, vivam ou morram, mas paguem para (infelizmente) ser.
As configurações e posicionamentos envolvendo Vênus natal nos mostram muitas de nossas frustrações por não termos nossos valores claros, o que eu quero e o que o social quer de mim? Essa roupa que eu visto é minha ou de uma personagem de novela? Essa namorada é a que eu realmente amo ou tem um corpo tal qual um anúncio de cerveja? Os gastos que eu tenho com minha beleza são abusivos? Essas são apenas algumas reflexões que podemos fazer. E depois pode vir outra questão, o que sua Vênus quer de você?