sábado, 27 de maio de 2017

A dança dos tempos

Nas profundezas do Caos, Gaia se autofecundou e deu a luz às montanhas, aos mares e aos céus! O céu era o deus Uranus que fez de Gaia sua esposa, céu e terra viveram unidos. Juntos deram vida aos Titãs, as primeiras criaturas da terra que são forças da natureza. Uranus, o céu deixou-se levar por sua impetuosidade, temperamento e vaidade, tornando-se tirânico e cruel com seus filhos, ele emprenhava Gaia, mas arrependido com sua criação devolvia para o ventre  de sua esposa seus filhos, Gaia era violentada em sua natureza e sentia muita dor, não agüentando mais tanto sofrimento, conseguiu o apoio de seu filho mais novo Cronos para destruir Uranus. O fim da união céu e terra estava chegando ao fim, Cronos castrou Uranos tirando seu poder criador de vida, tornando-o estéril. Seu sexo foi jogado ao mar, e no reino das águas salgadas gerou uma filha, das espumas do mar, nasceu Afrodite. Nada de tão ruim pode durar para sempre enquanto nasceu o amor, a beleza e a dádiva dos prazeres. Dizem que por mil anos houve paz no mundo dos deuses.Cronos reinava com eficiência, mas era amante do poder e Uranus profetizou que o que aconteceu com ele também aconteceria com seu filho. Cronos era casado com Réia, e os filhos que esta lhe dará, o pai por medo os comia. Réia ficou muito magoada e foi se aconselhar com sua mãe Gaia, que tinha experiência e se solidarizou com a filha. No nascimento de seu filho Zeus, Réia conseguiu enganar Cronos. Ao lhe entregar ao invés do filho para ser devorado, ela entregou-lhe uma pedra coberta com um pano, Cronos não percebeu o engodo. Zeus foi criado livre e longe do pai. Mas não tardou e o jovem adulto Zeus pôs fim ao reinado de Cronos, o destronando, para isso travou uma guerra de tempos, no fim saiu vitorioso, libertou seus irmãos e se tornou rei do Olimpo. 
Esse é um mito no qual podemos identificar a simbologia astrológica. Nós humanos somos também filhos de Gaia, assim como os Titãs. Quem nos “salva” é o tempo representado por Cronos-Saturno, a força vida-morte-vida de Uranus é deposta e ele se torna frio, não concebe filhos materiais, mas astrologicamente Urano é uma mente criadora, inovadora e universal, suas criações agora são mentais. De toda essa crueldade nasce algo tão lindo e prazeroso como a Vênus-Afrodite, será um lembrete dos tempos nos mostrando que onde menos se espera ainda há amor e beleza? Ou que o amor por mais belo que seja tem sua face sombria? De fato como integrar o tempo, a criação e o amor? Mas a questão temporal se pôs como certa e por mil anos houve paz, mas “o tempo não para” e Cronos gostou do poder, e na estagnação a violência se fez novamente, mas o novo veio com Zeus-Júpiter e sua força libertadora. Júpiter astrológico expande o que Saturno restringe. As semelhanças entre tempo e o atemporal nos acompanham pelos astros e estrelas, e “invadem” nossa história pessoal ao nascermos sob o céu e sobre a terra.


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