A
Astrologia é um campo que relaciona símbolos, arquétipos, elementos da
natureza, posições planetárias, entre outros fatores astrais, e cada elemento
desses são regidos pelas forças temporais, isto é, pelas tradições culturais
que uma determinada sociedade possui. Estudar as diferenças históricas de cada
sociedade nos faz compreender como a utilização da Astrologia mudou no correr
dos séculos, e que fazer anacronismos não nos favorece.
Formar
uma consciência histórica é poder nos colocar no presente como indivíduos, e
sermos capazes de irmos ao passado e nos projetar no futuro, sem lançar culpas
ou vitimismos, pois se tem o entendimento da experimentação humana em seus
diferentes tempos e seu desenvolvimento. As memórias passadas (Lua) nos mostram
possibilidades para o futuro e o presente, se nos colocarmos enquanto
participantes da História. O que ocorreu e ainda ocorre, é a colocação passiva
de sermos apenas o resultado de um passado remoto, que nem nos lembramos mais,
falas como: “a corrupção é assim mesmo, desde que o mundo é mundo”, “as mulheres não querem direitos
iguais,então por que a Lei Maria da Penha?”, “os negros tem cotas, isso é
racismo reverso?”, aqui são alguns pontos para pensarmos essa dissociação
temporal, existe uma generalização que obscurece a razão e a consciência,
quando falo em consciência histórica, termo utilizado pelo historiador Jörn
Rüsen, falo dessa separação temporal que muitas pessoas vivenciam, se colocando
à parte do todo. E o que isso tem haver com a Astrologia?
Diante
de meus estudos astrais, tive uma sensação de que uma consciência histórica tem
uma relação com os Nodos Lunares. Os nodos não são planetas, não são visíveis,
eles são pontos demarcados da intersecção da passagem da Lua pela Terra, quando
passa pela eclíptica do Sol. Nosso
passado histórico também é demarcado, no tempo, em uma trajetória que a
humanidade caminhou, e assim podemos nos posicionar no presente enquanto
sujeitos históricos capazes de fazer mudanças visando um futuro, um lugar que
queiramos chegar, sem apenas sermos arrastados pelas circunstâncias inerentes à
história da humanidade, seria pegar nossa vida nas mãos e fazermos os ajustes
pertinentes ou não, mas termos a consciência disso, e não relegar ao passado os
infortúnios do presente, com “mas sempre foi assim”. Os nodos lunares existem em eixo de oposição,
dualidade, vida, morte, passado, futuro, e a pessoa encarnada vive no presente,
lidando com ambas as energias, passado e futuro, o passado enquanto apego ou
descanso e o futuro enquanto anseio e projeções, todavia o que se faz no
presente? Muitas vezes, se culpa, olha lá de novo “por que sempre foi assim”...
É uma ladainha que invade muitos de nós, sem nem nos percebermos.
Os
Nodos Lunares são, o nodo norte ou cabeça do dragão, e o nodo sul, a cauda do
dragão, o primeiro nos diz para onde devemos ir e o segundo de onde viemos. A
cauda do dragão representa o passado, nossa vida uterina, ou ainda uma arraigada
forma de viver que se tornaram obsoletas e nos acompanham entre várias vidas,
já a cabeça do dragão é o norte que nos diz para onde devemos ir, são aquelas
experiências que ainda não vivemos, mas que quando damos passos rumo à ela
temos satisfação, pois abre-se novas experiências e oportunidades. Mas o
passado não deve ser abandonado, ignorado, o uso dele é para nos preparar para
um futuro mais íntegro, completo, e como estamos falando em polaridades, quando
fixamos em apenas uma, há o enrijecimento e a estagnação. Aqui nesse eixo temos
uma tensão das forças lunares do passado e das solares representando nosso
futuro, que são vivenciadas na Terra. Para haver a união do ser entre seu
passado e para aonde deve ir, a pessoa que quer se melhorar deve encontrar seu
ponto de equilíbrio, muito provavelmente o ponto do Ascendente trás essa
resposta, já que é a meta e o caminho a seguir. (saber sobre ascendente ver
aqui:http://trigonosastrais.blogspot.com/2017/06/o-presente-e-o-ascendente.html )
Os
nodos devem ser analisados tendo em vista todo o mapa astral, seu
posicionamento por signo é geracional e por casa é individual. No nodo sul,
temos um porto que por vezes não é muito seguro, e no norte temos uma sensação
de estar sem chão, mas quando damos o primeiro passo já sentimos chão sob
nossos pés, mas a estrada é longa e deve ser seguida passo a passo, firmando um
caminho para si, novo até então, mas atentos, por que o canto da sereia (nodo
sul) tá sempre aí pra nos seduzir.
Para
concluir que já falei demais, propus essa relação entre consciência histórica e
os Nodos Lunares, pois ambos trazem do passado o conhecimento necessário para
um presente e um futuro melhorados, eu sou uma ser humana em busca de
melhoramentos, rsrsrs, e tendo em vista que o nodo lunar percorre um mesmo
signo durante mais ou menos um ano e meio, seu trabalho age num determinado
grupo, em várias almas com um enfoque comum, assim também são as construções
históricas nas quais muitos indivíduos estão envolvidos, e estiveram, e aqui
nos dois casos a Lua nossa mestre do passado que através de suas memórias nos
faz sermos o presente do agora, e esse agora pode ser novo, renovado ou apenas
um rascunho caótico de um passado que aparentemente não nos pertence, porém que
nos amarra na inconsciência de dias coletivos, esses muitas vezes carregados de
sofrimentos, pois não nos atrevemos à mudança dos polos, e assim quase
impossível o equilíbrio do meio.
E
como ir ao encontro do nosso norte? Como sermos sujeitos históricos conscientes
do tempo e espaço que ocupamos? As culturas e tradições que estamos envolvidos
nos dizem respeito ou são estranhas a nós? Aceitamos o inadequado, mas posto
secularmente? Rejeitamos o novo, apenas por medo? Ou será que há mais verdades
do que nos contam os livros de História e os antigos manuais da tradição astral?
Mas queremos as verdades ou o descanso no conforto de “sempre foi assim”? Eu
não sei as respostas, mas tenho tantas perguntas...
E então, qual é o seu norte?
imagem: glooge imagens
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